Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, nos esclarece que o Espírito, no momento da concepção, é tomado de grande perturbação, que o faz entender que está próximo de recomeçar nova jornada na carne e que, até o momento do nascimento, ele fica como se fosse um encarnado sonolento. Kardec, em sua obra, O Livro dos Espíritos, fez a pergunta 351, aos Espíritos Superiores: No intervalo que medeia da concepção ao nascimento, goza o Espírito de todas as suas faculdades?
“Mais ou menos, conforme o ponto, em que se ache, nessa fase, porquanto ainda não está encarnado, mas apenas ligado. A partir do instante da concepção, começa o Espírito tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como as lembranças do passado, do qual deixa de ter consciência na condição, de homem, logo que entra na vida.Essa lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito”.
Como Kardec nos esclareceu, quando se aproxima a hora do nascimento da criança, o Espírito nela encarnado tem suas idéias e as lembranças do passado apagadas, para que não interfiram na sua nova vida, dentro do que preceitua o livre-arbítrio concedido por Deus. Os conhecimentos trazidos de outras existências permanecem adormecidos e a nova jornada na terra recomeça do zero. Entretanto, ele aproveita instintivamente os dons adquiridos e, gradativamente, vai adquirindo novos conhecimentos morais e intelectuais, caso não enverede por caminhos tortuosos da nova vida. Deus dá todas as condições, para que o homem progrida, pois Ele quer todos atingindo a plenitude do progresso espiritual, para habitar com Ele. Que assim seja!
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