.

.
Os vestibulandos da Unesp (Conhecimentos Específicos) depararam-se, no último domingo, com uma questão no mínimo surpreendente. O enunciado trazia dois textos para explicar as capacidades morais e intelectuais do homem — o conceito filosófico do inatismo –, especialmente as habilidades no campo da Música. Um dos textos vinha de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. O outro fora extraído de um artigo da revista Superinteressante, assinado por Nelson Jobim. O que explicaria o virtuosismo de alguns indivíduos?
Antes de mais nada, cabe destacar aqui a atualidade do pensamento espírita, capaz de confrontar a Ciência Oficial e apresentar resposta para questões complexas. A resposta dos Espíritos, com adaptações ao texto original, foi apresentada assim ao vestibulando:
“Não confundais o efeito com a causa. O Espírito tem sempre as capacidades que lhe são próprias; ora, não são os órgãos que produzem as capacidades, mas as capacidades que conduzem ao desenvolvimento dos órgãos. O Espírito, se encarnando, traz certas predisposições, admitindo-se, para cada uma, um órgão correspondente no cérebro. O desenvolvimento desses órgãos será um efeito e não uma causa. Se as capacidades se originassem nesses órgãos, o homem seria uma máquina sem livre-arbítrio e sem responsabilidade dos seus atos. Seria preciso admitir que os maiores gênios, sábios, poetas, artistas, não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais”.
Contrapondo a visão espírita, o examinador apresentou o artigo na Supeinteressante (“Um dom de Gênio”, maio de 2015), em que o autor cita pesquisa do neurologista alemão, Helmut Steinmetz, pesquisador da Universidade Henrich Heine, de Düsseldorf, que comparou cérebros de um grupo de 30 músicos com os de outros 30 que não se dedicavam à arte musical.
Na conclusão do cientista, o virtuosismo dos primeiros explicar-se-ia por um acentuado desenvolvimento do lobo temporal esquerdo (região do córtex cerebral onde são processados os sinais sonoros). “Nos músicos, esse tamanho pode ser duas vezes maior”, diz o texto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário